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Notícias e reflexões sobre planejamento e questões sociais nas cidades brasileiras

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Chuvas desalojam mais de 60 mil em Pernambuco

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Moradores de Barreiros improvisam embarcação (foto: AE)

As chuvas da última semana em Pernambuco já afetaram 49 municípios em Pernambuco. Deles, 22 já decretaram estado de emergência. De acordo com os últimos dados da Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe), o número de famílias desabrigadas chega a 4.080 (cerca de 20.400 pessoas). Além disso, cerca de 8.500 famílias – 42.515 pessoas – estão desalojadas, morando em casa de amigos ou parentes. Duas pessoas morreram.

Recife, uma das cidade mais atingidas, sofre com alagamentos por várias regiões. Até a noite desta quarta-feira, cerca de 50 famílias das comunidades ribeirinhas de Lagoa Encantada, Costa Porto, Córrego da Bica e do Sargento, Tancredo Neves, Alto do Capitão e do Mandú, Águas Claras e Vasco da Gama foram encaminhadas para casa de parentes.

Já choveu, até hoje (5) 80% do previsto para todo o mês de maio na região. De acordo com a previsão do tempo, as chuvas devem continuar.

O Ministério da Integração Nacional liberou R$ 18,7 milhões para ações de socorro e assistência às vítimas do Estado de Pernambuco. A decisão foi publicada nesta quinta-feira, no Diário Oficial da União

Donativos estão sendo recebidos nos quartéis da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros. Para ajudar na reconstrução das cidades destruídas, o Governo do Estado disponibiliza a seguinte conta bancária

Caixa Econômica Federal (banco 104)
Agência 1294
Operação 006
Conta 2010-0
CNPJ 11493327/0001-69

Written by thalitapires

5 de maio de 2011 at 14:54

Publicado em enchentes

Rio Acre transborda e desabriga pelo menos 1,8 mil pessoas

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O Rio Acre atravessa as áreas mais povoadas de Rio Branco. Crédito: Google Maps

Deu no Blog da Amazônia, do Terra Magazine. O Rio Acre transbordou e atingiu cerca de 6 mil casas em 11 bairros da capital Rio Branco. O parque de exposições da cidade abrigava, às 17h30 desta quinta-feira, 1.855 pessoas, a maior parte (cerca de 60%) menores de 18 anos. De acordo com a assessoria de imprensa, a tendência é que esse número aumente com o resgate de mais pessoas. O número de desabrigados é ainda maior, pois não há informações sobre quantas pessoas buscaram abrigo na casa de parentes e amigos.  O nivel do rio atingiu hoje 15,91 metros, 10 metros a mais que a profundidade normal. O centro da cidade, também cortado pelo Rio Acre, não sofreu com inundações. Rio Branco tem 335 mil habitantes.

A prefeitura montou um espaço para auxiliar os desabrigados. Cada família tem direito a um box (improvisado, mas privativo) para morar enquanto a água não baixa. Além disso, um galpão está à disposição para guardar móveis recolhidos das casas atingidas. Os desabrigados têm ainda assistência médica à disposição e três refeições diárias. Uma rádio comunitária foi montada dentro do parque para a divulgação de informações. Os próximos passos para o atendimento aos atingidos só poderão ser discutidos quando houver uma avaliação em relação ao número de casas condenadas. Doações de alimentos e produtos de limpeza e higiene pessoal poderão ser encaminhadas para o Corpo de Bombeiros da cidade.

crédito: Prefeitura de Rio Branco

A cheia do Rio Acre revela uma situação pouco debatida no Centro-Sul do país. O desmatamento da Amazônia não é um problema de regulagem do clima apenas, mas tem consequências nas cidades da região também. Especialistas atestam que o desmatamento das matas ciliares é a principal causa das enchentes. A chuva cai na terra desprotegida e vai direto para o rio, em alta velocidade e levando consigo muita terra, que colabora para o assoreamento. Com cada vez mais água e menor profundidade, o rio transborda. Problemas que são semelhantes em cidades de qualquer tamanho.

Written by thalitapires

14 de abril de 2011 at 19:26

Publicado em enchentes

Marginais continuarão a encher no próximo verão

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crédito: OAS

As Marginais Pinheiros e Tietê e os bairros que margeiam o rio Tietê continuarão a sofrer enchentes no próximo verão. Essa é a conclusão óbvia a ser tirada depois do cancelamento, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE/SP), da licitação que iria contratar os responsáveis pelo desassoreamento do rio. A informação vem da matéria de Artur Guimarães, no UOL. O Tribunal decidiu, de forma definitiva, que um serviço de alta complexidade técnica como esse não pode ser contratado pelo sistema de pregão, que exige padrões de qualidade objetivamente definidos. A matéria elenca ainda outros problemas com a licitação.

As tempestades em São Paulo começam no mês de novembro. É improvável que até lá a licitação esteja terminada. Ainda que  isso seja possível, serão meses sem limpeza do fundo do rio, condição mais importante para a ocorrência de enchentes. Junte-se a isso o fato de que o Tietê ficou sem limpeza por quase 3 anos, entre 2006 e 2008 e as inundações tornam-se quase um imperativo lógico. Tragédias como a do Jardim Pantanal, no verão retrasado, podem se repetir.

A limpeza do fundo do rio virou bandeira eleitoral de todos os candidatos ao palácio dos Bandeirantes nas eleições de 2010. Mesmo Geraldo Alckmin, candidato do mesmo partido do então governador José Serra, foi obrigado a embutir na campanha críticas veladas ao gerenciamento das enchentes em São Paulo. Eleito, lançou junto com Gilberto Kassab um pacote de R$800 milhões para o combate às enchentes, do qual fazia parte o desassoreamento do Rio. Resta saber como o governo estadual justificará uma falha técnica dessa envergadura em um dos principais projetos da gestão.

Written by thalitapires

6 de abril de 2011 at 18:51